A ordem Dos Templarios


O surgimento da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo

Ruínas do templo de Salomão

No início de 1100, Hugo de Payens e mais oito cavaleiros franceses, abrasados pelo fervor religioso e movidos pelo espírito de aventura tão comum aos nobres que buscavam nas Cruzadas, nos combates aos "infiéis" muçulmanos a glória dos atos de bravura e a consagração da impavidez, abalaram rumo à Palestina levando no peito a cruz de Cristo e na alma um sonho de amor. Eram os Gouvains do Cristianismo, inspirados nas lendas célticas, que se constituíam fiadores da fé, disputando a golpes de espada as relíquias sagradas que os fanáticos do Crescente retinham e profanavam. Reinava em Jerusalém Balduíno II que os acolheu e lhes destinou um velho palácio junto ao planalto do Monte Moriah, onde os montões de escombros, blocos de mármore e de granito, assinalavam as ruínas de um grande Templo. Seriam as ruínas do GRANDE TEMPLO DE SALOMÃO, o mais famoso santuário do XI século antes de Cristo em que o gênio artístico dos fenícios se revelava no rendilhado da pedra e na esbeltez das monumentais colunas que sustinham nos extremos as colossais abóbadas. Destruído pelos caldeus e reconstruído por Zorobabel, fora ampliado por Herodes em 18 antes de Cristo e, finalmente, arrasado pelas legiões romanas chefiadas por Tito, na tomada de Jerusalém. Foi neste Templo que se originou a tragédia de Hiran, cuja lenda a Maçonaria recolheu, incorporando-as em um de seus mais belos rituais. Exteriormente, antes da destruição pelos romanos em no ano 70 de nossa era, o Templo era circundado por dois extensos corredores excêntricos, ocupando um gigantesco quadrilátero em direção ao Nascente, tendo à esquerda o átrio dos Gentios e à direita o dos Israelitas, além das estâncias reservadas às mulheres, e aos magos sacerdotes, a que se seguia o Santuário propriamente dito, ao centro do qual ficava o Altar dos Holocaustos. Os "Pobres Cavaleiros de Cristo" (assim se chamavam os precursores dos Templários) atraídos pela sensação do mistério que pairava sobre as venerandas ruínas, não tardou para que descobrissem a entrada secreta que conduzia ao labirinto subterrâneo só conhecido pelos iniciados nos mistérios da Cabala. E entraram. Uma extensa galeria conduziu-os até junto de uma colossal porta chapeada de ouro por detrás da qual devia estar o que durante dois milênios constituíra no maior Segredo da Humanidade. Pararam... Encimando a gigantesca porta uma inscrição em caracteres hebraicos prevenia os profanos contra os impulsos da ousadia: SE É A MERA CURIOSIDADE QUE AQUI TE CONDUZ, DESISTE E VOLTA; SE PERSISTIRES EM CONHECER O MISTÉRIO DA EXISTÊNCIA, FAZ O TEU TESTAMENTO E DESPEDE-SE DO MUNDO DOS VIVOS. Pálidos, os cavaleiros entreolharam-se, e pela primeira vez em suas vidas sentiram medo e desistiram. Pois não era a mera curiosidade que ali os conduzira?...Os "infiéis do Crescente" eram seres vivos e contra eles a cruz e a espada realizavam prodígios de valentia. Ali dentro, porém, não era a vida que palpitava, e sim os aspectos da Morte, talvez deuses sanguinários ou potestades desconhecidos contra as quais a força humana era impotente. Voltaram. Os reencontros sangrentos com os islamitas tornara-os insensíveis ao medo, e num certo dia acicatados pelo desejo de conhecer a intimidade da Criação que a grande porta de ouro lhes ocultava, penetraram novamente a galeria dispostos a baterem-se com a própria morte. Hugo de Payens, afoito, bateu com o punho da espada e bradou com voz estentórica: - EM NOME DE CRISTO, ABRI!! E o eco das suas palavras repercutindo pelo emaranhado labirinto respondeu : EM NOME DE CRISTO...enquanto a enorme porta, como se um ser invisível lhe movesse os fechos, rangeu os gonzos e escancarou aos olhos vidrados dos cavaleiros um gigantesco recinto ornado de figuras bizarras, delicadas umas e monstruosas outras, tendo ao Nascente um grande trono recamado de sedas e por cima um triângulo equilátero em cujo centro em letras hebraicas marcadas a fogo se lia o TETRAGRAMA YOD. Junto aos degraus do trono e sobre um altar de alabastro, estava a "LEI" cuja cópia, séculos mais tarde, um Cavaleiro Templário em Portugal, devia revelar à hora da morte, no momento preciso em que na Borgonha e na Toscana se descobriam os cofres contendo os documentos secretos que "comprovavam" a heresia dos Templários. A "Lei Sagrada" era a verdade de Jahveh transmitida ao patriarca Abraão. A par da Verdade divina vinha depois a revelação Teosófica e Teogâmica a KABBALAH. Extasiados diante da majestade severa dos símbolos, os nove cavaleiros, futuros Templários, ajoelharam e elevaram os olhos ao alto. Na sua frente, o grande Triângulo, tendo ao centro a inicial do princípio gerador, espírito animador de todas as coisas e símbolo da regeneração humana, parece convidá-los à reflexão sobre o significado profundo que irradia dos seus ângulos. Ele é o emblema da Força Criadora e da Matéria Cósmica. É a Tríade que representa a Alma Solar, a Alma do Mundo e a Vida. é a Unidade Perfeita. Um raio de Luz intensa ilumina então àqueles espíritos obcecados pela idéia da luta, devotados à supressão da vida de seres humanos que não comungam os mesmos princípios religiosos que os levou à Terra Santa. Ali estão representadas as Trinta e Duas Vidas da Sabedoria que a Kabbalah exprime em fórmulas herméticas, e que a Sepher Jetzira propõe ao entendimento humano. Simbolizando o Absoluto, o Triângulo representa o Infinito, Corpo, Alma, e Espírito. Fogo Luz e Vida. Uma nova concepção que pouco a pouco dilui e destrói a teoria exclusivista da discriminação das divindades se apossa daqueles espíritos até então mergulhados em ódios religiosos e os conclama à Tolerância, ao Amor e a Fraternidade entre todos os seres humanos. A Teosofia da Kabbalah exposta sobre o Altar de alabastro onde os iniciados prestavam juramento dá aos Pobres Cavaleiros de Cristo a chave interpretativa das figuras que adornam as paredes do Templo. Na mudez estática daqueles símbolos há uma alma que palpita e convida ao recolhimento. Abalados na sua crença de um Deus feroz e sanguinário, os futuros Templários entreolham-se e perguntam-se: SE TODOS OS SERES HUMANOS PROVÊM DE DEUS QUE OS FEZ À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA, COMO COMPREENDER QUE OS HOMENS SE MATEM MUTUAMENTE EM NOME DE VÁRIOS DEUSES? COM QUEM ESTÁ A VERDADE? Entre as figuras mais bizarras que adornavam o majestoso Templo, uma em especial chamara a atenção de Hugo de Payens e de seus oito companheiros. Na testa ampla, um facho luminoso parecia irradiar inteligência; e no peito uma cruz sangrando acariciava no cruzamento dos braços uma Rosa, encantadora. A cruz era o símbolo da imortalidade; a rosa o símbolo do princípio feminino. A reunião dos dois símbolos era a idéia da Criação. E foi essa figura monstruosa, e atraente que os nove cavaleiros elegeram para emblema de suas futuras cruzadas. Esta ordem foi fundada em 12 de junho de 1118 em Jerusalém por Hugo de Payens, cavaleiro de Burgúndia, Godofredo de Sant Omer. Quando em 1128 se apresentou ante o Concílio de Troyes, Hugo de Payens, primeiro Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros do Templo, já a concepção dos Templários acerca da idéia de Deus não era muito católica. A divisa inscrita no estandarte negro da Ordem "Non nobis, Domine, sed nomini tuo ad Gloria" não era uma sujeição à Igreja mas uma referência a inicial que no centro do Triângulo simbolizava a unidade perfeita: YOD. Cavaleiros francos, normandos, germânicos, portugueses e italianos acudiram a engrossar as fileiras da Ordem que dentro em pouco se convertia na mais poderosa Ordem do século XII. A carta constitutiva que estabeleceu definitivamente, a ordem Templária só lhe foi outorgada em 1163 pelo papa Alexandre III. A ordem consagrava homens selecionados ao serviço de deus obedecendo as regras de Santo Agostinho. Em qualquer parte da Europa em que se encontrasse Hugo de Payens, nobres e reis competiam por atribuir com atenções e presentes a Ordem, através da oferta de grandes extensões de terra, granjas, castelos e até mesmo aldeias e povoações inteiras, que agora vinham a se constituir em sua propriedade além de cavalos e armas. Poucos anos mais tarde, a igreja concedeu aos Templários o direito de possuírem seus próprios templos e sacerdotes.



Mapa das Cruzadas à terra Santa

E apesar de tudo, a sua independência começou a ser mal vista por Bispos e Sacerdotes ressentidos com o poder dos templários, o que deu origem a inúmeras disputas. Porém o Papado, dedicado como estava a fortalecer parecença cristã na Terra Santa sustentou com energia a Ordem, emitindo decretos seguidos para protegê-la. E de fato, todo aquele que perseguisse os templários estava sujeito à excomunhão. Mesmo na derrota sofrida na segunda cruzada, de 1146 a 1150, a Ordem respondeu a confiança que lhe fora depositada, batendo-se bravamente e evitando a catástrofe final que a campanha mal conduzida poderia haver acarretado as hostes cristãs. Nos anos seguintes os templários combateram em muitas batalhas, inclusive, provocadas por eles mesmos. Mas nem todos os Grão Mestres templários que se seguiram a Hugo de Payens foram tão altruístas e piedosos como ele. Eles marchavam sob bandeiras e estandartes que proclamavam em latim "Não a Nós Senhor, Senão a Ti Seja Dada Toda a Glória" . E sem dúvida, ao constituir-se como uma comunidade quase autônoma ao interior do cristianismo e, ainda, como ricos terratenentes, os templários chegavam a gozar de grande fama e glória entre os seus pares cristãos.

A Prisão dos Templários

Jacques Demolay

O patrono da Ordem DeMolay nasceu em Vitrey, Departamento de Haute Saone, França, no ano de 1244. Com a idade de 21 anos, DeMolay se juntou à Ordem dos Cavaleiros Templários. Demolay assumiu o cargo de Grão Mestre após a morte de seu antecessor Tibald de Gaudin no mesmo ano de 1298 Jacques Demolay comandou um exercito com cerca de 15000 soldados, uma posição de grande prestígio. No Dia 12 de outubro de 1307, quinta-feira, o 22º Grão-Mestre dos Templários, Jacques De Molay, estava em Paris assistindo aos funerais de uma Princesa da Casa Real da França. Estava ele um pouco nervoso, pois corriam boatos sobre os desígnios do Rei de França Filipe "o Belo". Segurando um dos cordões do esquife, ao lado do Rei, Jacques De Molay pensava que esta grande honra que lhe era tributada, dissipava estas "Vozes", pois demonstrava que o Rei o tinha em alta consideração e carinho. No ano precedente, o Rei Filipe IV de França, após a desastrosa batalha de São João do Acre, tinha solenemente recebido os esquadrões da Ordem que o visitaram na França, onde, no centro de Paris, possuíam o famoso Castelo do Templo, Sede geral da Ordem. Porém, o Grão-Mestre, nesta viagem, tinha cometido o erro de comparecer perante o Rei com uma escolta de sessenta Templários pertencente à alta nobreza e ostentando o enorme tesouro que tinha trazido da Palestina para ser guardado no Templo. Filipe verificara que os TEMPLÁRIOS, representavam uma força verdadeira. Um Estado poderoso dentro da França! Jacques De Molay recusava-se a acreditar que fosse seu inimigo e ainda o defendeu perante todos os Templários desconfiados, declarando que "tinha certeza da lisura do Rei". Assim, após o funeral, o Grão-Mestre tinha se retirado na "Ville Neuve du Temple" que era a sede européia da Ordem, respirando um pouco mais aliviado ingressando na sua Fortaleza. No fim da tarde, Jacques DeMolay, juntamente com seus cavaleiros e escudeiros, após o jantar retirou-se aos seus aposentos para descansar.

Neste exato momento, todos os oficiais espalhados pelo Reino e que representavam o poder do Rei de França, estavam abrindo uma carta levando o Selo Real e contendo instruções secretas e trágicas. Estas cartas estavam sendo lidas no mesmo momento em todos os municípios e cidades da França, nesta terrível noite de 12 para 13 de outubro de 1307. Seus oficiais prenderam em toda a Europa cerca de 15000 pessoas, incluindo-se não só os templários, mas também os artesãos e demais trabalhadores de suas possessões e propriedades. O Grão Mestre Jacques DeMolay foi preso em Paris. Todos foram interrogados pela inquisição e torturados por funcionários do rei num esforço para obter tantas confissões quanto possível. É claro que tais métodos brutais obtiveram êxito. De 138 templários interrogados em Paris no primeiro mês, 123 confessaram "Haver cuspido sobre um crucifixo durante o seu período de iniciação". Muitos outros afirmaram diferentes acusações, ainda que sobre a adoração ao diabo as respostas fossem menos coincidentes. Admitiram que em algumas cerimônias secretas adoravam a um certo tipo de ídolo, porém se esse ídolo consistia numa caveira humana rodeada de jóias, ou nos restos mortais de algum Grão Mestre, ou numa cabeça de três faces ou ainda numa representação de Baphomet (corrupção do nome Maomé e termo medieval para designar o gênio do mal) , é algo que restou sem elucidação. Na verdade os algozes dos templários nunca conseguiram encontrar nenhuma figura idolátrica que correspondesse as descrições arrancadas dos torturados quando se investigou os domínios da Ordem na França. O processo público contra os templários teve início em Abril de 1310, na cidade de Viena, ao sul da França. Muitos templários se retrataram de suas confissões prévias para defender sua Ordem. E 67 deles foram então condenados a fogueira como hereges. Isso obrigou os acusados a absterem-se de sua própria defesa, ao mesmo tempo em que os processos judiciais sofriam longas demoras. O Papa desejoso de aniquilar a ordem convocou um concílio em Viena, em 1311 com esse fim, más os bispos se recusaram a condená-la à revelia; consequentemente, o Papa convocou um consistório privado em 22 de novembro de 1312, e aboliu a Ordem, conquanto admitindo a falta de provas das acusações. O Grande Mestre patriarca, Jacques Demolay, foi um dos que confessou. Mas a 14 de Março de 1314, enquanto ele era exibido no exterior da catedral de Notre-Dame em paris para ouvir a sua sentença de prisão perpétua. Ocorreu então um fato surpreendente; Jaques DeMolay, o Grão Mestre Templário, dirigiu-se à multidão com essas palavras: "Confesso que na verdade sou culpado de maior infâmia... a infâmia de ter mentido... admitindo acusações repugnantes apresentadas contra minha Ordem. De claro, portanto, que a Ordem é inocente. Sua pureza e santidade jamais foram maculadas. No tribunal eu havia declarado de outra maneira, fi-lo porém por temor às terríveis torturas... Me ofereceram a vida, mas em cambio da perfídia... a esse preço, a vida não merece ser vivida... um companheiro do Grão Mestre, Godofredo de Charnay, proclamou também a inocência da Ordem. Seus discursos causaram grande impacto na multidão, que na verdade simpatizava com os templários, e antes que as coisas pudessem tomar um rumo inesperado, as autoridades trataram de levar os quatro prisioneiros. E uma vez mais a coroa francesa tomou as rédeas na condução da farsa contra os templários. O rei Felipe resolveu encerrar de vez com o assunto dos cavaleiros obstinados. De acordo com as ordens do rei Filipe, ao por do sol os prisioneiros foram levados ao poste do suplício. Os relatos desse momento são confusos. Entretanto, todos concordam num ponto, ao descrever DeMolay como mantendo-se Firme e corajoso até o ultimo momento.

Fogueira de Jacques Demolay

Sobre o rio Sena, em Paris, na ilha hoje denominada de "Vert Galant", anteriormente, "Ilha dos Judeus", ocorreu o holocausto de Jacques de Molay. O jardim do palácio ficava separado da ilhota dos Judeus apenas por um estreito braço de água. Como a fogueira fora levantada de forma a ficar de frente à sacada real, Filipe, o Belo, de seu lugar, podia ver tudo perfeitamente. A armação da fogueira requeria muita habilidade; homens encapuzados e fortes, dispunham as achas de lenha grossa, de forma adequada, mais alta que a estatura de um homem. A lenha era disposta em torno de um palanque de madeira; o fogo não poderia ser apagado até que o corpo ficasse completamente destruído.


O velho altivo Grão Mestre permaneceu ereto, olhar límpido e direto, voz clara e forte tal como seria esperado de um guerreiro e soldado de profissão. Quando os guardas vieram amarrar suas mãos ele exclamou de uma forma quase alegre:

“ Cavalheiros, deixem-me unir minhas mãos em prece por um momento e orar a deus. Este é o momento apropriado para isto, pois devo morrer imediatamente. O senhor sabe que não mereci minha tortura. A má fortuna logo cairá sobre aqueles que nos condenaram. Deus vingara nossas mortes em nossos inimigos: morro com esta convicção. Aos senhores, cavalheiros, peço, virem meu rosto em direção à Virgem Maria Mãe de Jesus”

os guardas assim o fizeram. E, ato contínuo acenderam a pira na qual seria consumido o corpo do ultimo Grão Mestre dos templários. A coragem e estoicismo daquele homem já velho, contagiaram os que ali estavam reunidos. Consta que, mais tarde, atiravam-se às brasas que restavam para recolher as cinzas de Demolay e guarda-las como fariam com as de um santo.

No momento em que as labaredas começaram a atingi-lo, já envolto em fumaça, dizem os historiadores que DeMolay pronunciou um estranho vaticínio, que cumpriu literalmente no prazo ditado. Muito discutidas até hoje, consta que o Grão Mestre teria dito estas frases:

“Papa Clemente ... Cavaleiro Guilherme de Nogaret ... Rei Filipe! Antes de um ano eu vos intimo a comparecer diante do Tribunal de deus, para ali receberdes o justo castigo ! Malditos ! Malditos ! Todos malditos até a décima terceira geração de vossas raças !”



Jacques DeMolay na fogueira


Estranhas e fatais palavras ! Tão estranhas que se tornaram proféticas pois a maldição abateu-se sobre os três, inexorável, como se naquela hora, Deus assumisse o Juízo sobre a tríade que tramara a dissolução do templo, lembrando-nos o Salmista que nos alertou: “não vos vingueis, amados ,cedei o lugar ao furor porque está escrito; a vingança é minha, eu pagarei de volta, diz Jeová”

Trinta e três dias depois do suplício de Jacques DeMolay, o papa Clemente V morre em meio a crudelíssimos sofrimentos, em Roquemaure, “após uma crise de vômitos” foi no dia 20 de Abril.

O Rei Filipe, o Belo, empreende uma caçada onde, perseguindo um veado, se separa de seus companheiros. O animal embaraça sua galhada em alguns arbustos mas ao tentar alcança-lo Filipe vê entre a mesma o brilho de uma cruz. Ilusão de ótica. Talvez ... alucinação ... quem poderá dize-lo ? O certo é que cai do cavalo que montava e é transportado para o palácio, de volta, completamente paralisado: não mais falou até falecer em 29 de Novembro de 1314.

Antes que findasse este ano, ainda dentro do prazo estabelecido pelo vaticínio de DeMolay, Guilherme de Nogaret “ morre pavorosamente enraivecido, com a língua de fora”. Outros acusadores da ordem encontraram destino semelhante, em mortes violentas e sem honra ...

Cento e cinqüenta anos mais tarde, os restos de Clemente V são exumados e queimados por Calvinistas. E quatrocentos e quarenta anos após seu falecimento, os partidários da Revolução Francesa retiram da sepultura os ossos de Filipe, o belo, e os lançam na cal viva ...

Em Portugal, o Rei D.Dinis não aceita as acusações, funda a Ordem de Cristo para qual passam alguns templários. Na Inglaterra, o rei Eduardo II, que não concorda com as acusações de seu sogro Filipe, ordena uma investigação cujo resultado proclama a inocência da Ordem.

Na Inglaterra, Escócia e Irlanda os templários distribuíram-se entre as Ordens dos Hospitalários, Monastérios e Abadias. Na Espanha, o Concilio de Salamarca, declara unanimemente que os acusados são inocentes. Na Alemanha e Itália a maioria dos cavaleiros restou em liberdade

O corpo do homem Jacques DeMolay desapareceu na fogueira mas o que ele representava, o ideal que defendia, a egrégora dos Cavaleiros de Deus jamais poderia ser suprimida.

“Oremus charissimi frates paraesta quaesumus omnipotens deux et ordo noster et aeterni proficiat institutis et temporabilus non destituatur auxilius”

(“Oremos, caríssimos irmãos: deus todo poderoso, pedimos, fazei que a nossa ordem seja útil aos desígnios eternos e não seja abandonada pelos auxílios temporais”)



Cavaleiros Templários Orando

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